Por unanimidade, os ministros do STF decidiram, nesta quinta-feira (23), que é inválida a prática de desqualificar e culpar as mulheres vítimas de violência quando ocorre o julgamento destes crimes na Justiça. Voto da relatora, Cármen Lúcia, prevaleceu e foi seguido pelos ministros. Agora, o uso de argumentos sobre a vida íntima da vítima poderá anular atos em processos. Regra vai valer para crimes sexuais, Maria da Penha e violência de gênero, por exemplo.
Em sua justificativa, a ministra disse que “o que se pretende aqui é não permitir que, por interpretações que são dadas aos dispositivos legais, haja alguma abertura para que o próprio estado-juiz e o estado que faz a investigação revitimizem a mulher”. Ela afirmou que quando as vítimas vão à delegacia denunciar os crimes, ouvem perguntas sobre seu comportamento na situação e se “não fez por merecer”.
A ação, movida pelo da Procuradoria Geral da República (PGR) foi apresentada em dezembro do ano passado e questiona o tratamento dado pelo sistema de Justiça e o Poder Público às vítimas de crimes sexuais.
A ação pede ao Supremo que determine as seguintes medidas: